Natalisticamente

E chega a época mais esperada do ano por muitos! Hora de ver a família que mora longe, de deixar os namorados com saudades, comer panettone (ironias à parte), comprar presentes e tudo aquilo que a gente já sabe.
A tal "magia do natal" entra em conflito com a conta bancária e com o problema com àquela cunhada chata que comprou aquele vestido igualzinho ao seu no natal passado, só que da fera.
É hora de ganhar pijamas da vó, calcinhas da tia, havaiannas da irmã!
Eu não sei as outras, mas família mineira é assim, quando se reúne é uma gritaria tão grande que o teto pode desabar que ninguém vai ouvir. Mas sim, elas se entendem. É tanta tia, tanta prima, tantos agregados. "Ei ocê aí", de cá ,"Trem bão sô", de lá, e a frase que eu mais escuto desde que nasci "Ó, espia! Né a minina da Cleone? Má ta graaaande, sô! Te peguei nu colo! Lembra deu não, bem?"
Mas apesar de estar virando uma marmanja, ainda sou eu quem leio os presentes de baixo da árvore de natal (e confesso que fico procurando nos presentes se tem algum pra mim). E ainda sinto aquele friozinho na barriga quando dá a contagem regressiva pra meia noite e todo mundo começa: "Belchior, Gaspar e Baltazar, dinheiro no bolso não há de faltar" (repete três vezes, depois guarda o papelzinho na carteira pro resto do ano). Aí todo mundo se abraça ao redor da mesa, todo mundo se ama e vamos felizes e contentes encher a pança com a ceia que as tias prepararam no meio das gargalhadas ensurdecedoras. Vou dormir feliz.
As vezes eu realmente acho que preciso disso pra viver...