Lá estava ele, Alberto. Embasbacado com a beleza que iluminava sua fronte. Passados 10 segundos ainda estava no mesmo lugar, sem mover uma palha, ainda sem entender aquilo.
Ela o estendeu a mão. "Vc deve ser Mr. Alberto! Prazer em conhecê-lo", por mais impessoal e clichê que possa ter sido, para ele era um sinal.
A partir daquele momento sentira no seu coração, há um tempo já resfriado, um calorzinho se reacender, uma vontade de dar um sorriso discreto. Algo que se repetiria todas as vezes que ele a encontrasse, e de alguma forma, naqueles dois minutos, ele já sabia disso.
Parecia que já a conhecia de algum lugar. Alguma foto, algum sonho, outra vida. Mas conteve seu entusiasmo... sem sucesso. O tímido rapaz ficara notavelmente eufórico e falante. Mas tudo bem, já que naquele lugar, para todos, era apenas um estranho recebendo boas-vindas (e que boas-vidas).
Depois daquele dia ela viraria o centro de suas atenções. Calculava, premeditava, refazia, relembrava, pensava e repensava cada segundo que esteve ou estaria junto dela, cada passo. Tentava fazer algo novo a cada encontro, talvez pra chamar atenção, talvez apenas para ter uma oportunidade de ter o brilho dos seus olhos notado.
Com o tempo inevitavelmente os laços se estreitaram e, Alberto, como bom observador que era, não perdia uma oportunidade de mostrar-se por inteiro.
Ela, mulher feita, no auge da vida, onde a maturidade e a beleza se encaixavam perfeitamente, notava que o jovem rapaz a olhava de modo diferente dos outros presentes naquela sala. Até porque, algumas vezes, depois de algumas taças, ele já havia feito questão de deixar algo suspenso pelo ar.
Ele sentia dela um carinho, um tratamento especial, um olhar diferente. Mas não identificava naquele olhar a correspondência tão desejada de seus sentimentos. Era sim um olhar especial, mas não um olhar de desejo, nem de interesse. Era um olhar de reconhecimento, de confiança, de atenção, como quem diz, "vê se se cuida, tá?".
Indagando-se sobre o significado do tal olhar, ainda pra ele um mistério: especial, diferenciado, porém não um olhar desejoso, ouvira a voz de alguém que outrora o aconselhara voltar em seus pensamentos.
"Sabe, pessoas especiais se reconhecem. E ás vezes o primeiro olhar já é terno e cheio de carinho, compreensão e atenção. Porém, talvez você não saiba diferir e confunda sentimentos. Talvez até porque ainda não seja hora de aprender. Mas você tem sempre de saber que coisas especiais religiosamente nascem do amor, e não necessariamente de um só tipo de amor. É importante que em meio a esse tumulto de sentimentos você se lembre sempre: Há mulheres especiais que serão suas namoradas e outras que serão suas amigas. Anjos da guarda, por assim dizer".
Provavelmente ele ainda não conseguiu se desvincular do afeto por aquela mulher. Talvez ainda não tenha conseguido separar os sentimentos e reconhecer algo mais puro do que aquilo que procurava nela. Mas de qualquer forma, ele até hoje não conseguiu explicar, porque quando a conheceu, antes mesmo de saber seu nome, olhou pra ela e falou a si mesmo: "RENATA!". Seguido de uma mão estendida: "prazer, meu nome é Carina".
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5 comentários:
Puxa vida filha! Surpreendente..... não imaginava que na ficção você também mandaria seu recado. Mande seu blog para a tia Alcione, ela poderá dar uma opinião com olhar crítico de uma pessoa entendida no assunto. Continue escrevendo, aliás, sempre achei que essa seria sua praia.
Te amo. Beijos
Mãe
reencarnação de alguem especial chamada renata do passado? hihihi
nossa, achei mkuito bonita a parte onde você fala que as coisas especiais nascem do amor.
e também gostei da parte onde você fala que ele sentia que ela o olhava com um olhar especial mas que esse olhar não o correnpondia na mesma medida.
muito bom, meu bem! :)
Lidoooo!!! Huashdiuahsdiuahda
Claudinha, no começo da leitura pensei que estivesse lendo um trecho de algum livro, e fiquei esperando chegar ao final prá ver o que você ia comentar...mas qual não foi minha surpresa quando vi que a autora do romance era você! Bárbaro, fantástico! Deu vontade de ler o livro inteiro....
Beijão,
Tia Josefina
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