sexta-feira, 8 de maio de 2015

Das delícias e mazelas de ser um tourinho...





Acho que meu signo tem realmente muito a ver com a sua imagem. A imagem do animal, um touro. O que você pode concluir quando vê aquele bicho enorme e com cara de mau? Ele impõe respeito, não é mesmo? Mete medo. Mas é pura aparência.
É um bicho pesado, leeeento, que demoooora a se movimentaaaar...zzZZzzz... só que quando se movimenta tem um alvo certo. É pratico, certeiro, feroz, e muitas vezes até cego. É, é bem isso. Ele pode demorar tempos lá riscando a pata no chão até ir ao seu alvo. Mas quando vai, vai com uma força sobre-humana. E vai certo. E vai fundo. E vai com força. E da tudo de si por aquele alvo. E se acerta, meu amigo, se pega em cheio no alvo...hmmmm. Já era. Sem chance de não conseguir o que quer.

O problema é a teimosia, a falta de maleabilidade que muitas vezes nos acomete. Nessa grande analise que o touro faz, cheia de observações (que também é uma grande característica sua) entre escolher o alvo, mirar bem mirado, concentrar-se no que quer e ir com força, as vezes o alvo já se mexeu. E ele não percebe. Não vê mesmo. Tá tão concentrado no ideal que mete os chifres naquilo que já nem está lá e se estrepa. Por isso mesmo o animalzinho é alvo fácil daqueles malditos homens da capa vermelha. Aliás, essa capa é o terror do taurino. Porque, como bom touro, não aguenta ser provocado. Sabe da força que tem. Sabe que quando vai é imbatível. Então, não provoca se não quiser ver uma demonstração imponente de força, coragem e poder.

E a persistência, irmã da teimosia, é também algo escrotamente característico. Se acredita naquilo, é aquilo e fim. Vai sangrar por aquele ideal até que a vida prove por A mais B que está errado. Precisa aprender, tourinho, que nada é tão exato assim. Que a sua lógica nem sempre faz sentido e é absoluta. Que a sua firmeza de terra, vez ou outra, precisa ser abatida pra que se enxergue ao redor.

Teimoso, forte, bravo, corajoso, firme, certo, imponente. Mas primitivo. Nem sempre a força e a insistência são os únicos caminhos. As vezes parar de dar cabeçada é a evolução. E esse é o desafio, fato.

Um signo lindo. Estável, confiável e correto. Mas que necessita ser lapidado, talvez por uma brisa de ar, por uma umidade de água e até mesmo por uma quentura de fogo. Qualquer elemento que consiga ensinar à tanta firmeza que desmontar as suas certezas e desmilinguir-se do seu equilíbrio inabalável, muitas vezes, é a quebra das correntes.

Cai por terra, touro, com as suas certezas absolutas. Cai por terra com a sua estabilidade. Se permite uma insanidade de água, uma liberdade de ar. Se lapida e se molda pra que tanta força acompanhe a capacidade de adaptação, tão rara a você. O desafio taurino, que, se superado, conquista o mundo.


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